A minha mente viaja ininterruptamente!
Edmundo de Souza.
Movimento, vibração, freqüência. Ação e reação. Fazemos escolhas e somos acionados a vivenciá-las com todas as suas conseqüências. O mar é de vendavais e calmarias. Nem um segundo se percebe nesse grande oceano que é a existência. Não temos controle de nada diante das leis determinantes. Nada sabemos!
A criança se torna velho para ser criança outra vez, o olhar se perde além do horizonte. O pássaro canta e gorgeia mas não se sabe se voltará a cantar. O rumo certo é sempre incerto. As formas se confundem porque não são verdadeiras. As cores são ilusões dos nossos olhos. A escuridão é a única testemunha dos nossos temores. E a luz surge para iluminar a escuridão.
Não se explica a grandeza de um aperto de mão entre amigos mas se jubiliza. As lágrimas caem sem pedirem permissão. O ontem, hoje e o amanhã contam as mesmas histórias com cenários diferentes. No proscênio do palco está o homem representando eternamente suas alegrias e frustrações. Tudo tem vida e tudo morre para viver de novo. Somente o meu sorriso é tímido. Talvez seja a coragem e o medo o retrato de minhas emoções.
E agora preciso dirigir um carro que nem sempre sou capaz. Tem instante que sou levado pela imprudência e mergulho na velocidade tentando alcançar os meus sonhos que se desfazem em pesadelos.
Não se pode parar o mecanismo da vida que se flui a todo instante. A ciência explica mas não revela a certeza. E nem mesmo sabemos se podemos atingi-la. Mas o sentido de busca é eterno!
Como domar um cavalo selvagem sem ter forças para fazê-lo? Como descobrir coisas novas com o pensamento mergulhado no labirinto das idéias antigas? Como despertar a consciência obliterada que nada faz para acordar?
Para que amamos se perdemos quem amamos? A canção da saudade é a dor que embala os nossos corações. O corre corre de cada dia fadiga o nosso ser que se rende ao cansaço. Para quem falo? Para quem grito? Se todos os homens ouvem apenas o seu interesse. Para quem estendo as minhas mãos se elas ficam perdidas no ar. Quando a alma do poeta fala a palavra verbalizada não tem sentido. É por isso que às vezes escolhemos o silêncio e nada mais.
A viagem não tem a certeza da volta. O beijo pode ser apenas uma traição. Podemos ser solitários no meio de uma multidão. E o que adianta o meu olhar diante de tantos olhares desencontrados.
Percebo que os homens se tornaram prisioneiros de suas criações!
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